Conviver com um Bipolar é pisar em ovos, mas com um Borderliner vai do céu ao inferno em segundos, assim como suas emoções.
Os portadores de Transtorno de Personalidade Limítrofe sentem as emoções muito mais à flor da pele. Certa vez ouvi de uma psiquiatra que se a pele nos protege dos ferimentos e da dor, pode-se dizer que o Borderliner não possui "pele emocional". Está sempre em carne viva. Sente uma necessidade fora do comum de ser aceito, ser querido, de ter atenção, e muitas vezes isso acaba por sufocar quem convive com o paciente. O Borderliner deposita muitas expectativas nas pessoas com quem convive, principalmente nas relações afetivas, o que acaba por lhe trazer imensa frustração, já que dificilmente a pessoa alvo dessas expectativas consegue satisfazê-las em tal medida.
Isso acaba gerando um ciclo vicioso, já que sem suas expectativas correspondidas o Borderliner explode em surtos de raiva, depressão, tentativas de suicídio e auto-mutilação.
O sentimento de vazio também é sintoma recorrente de TAB e TPL. Parece que sempre falta algo, mesmo que tudo pareça bem. Mesmo com relações estáveis e situação financeira equilibrada, uma linda família... sempre há um vazio interno que parece não poder ser preenchido.
Só quem sente este "buraco interior" sabe do que estou falando. É como estar só no meio do deserto, sem bússola, sem GPS, mesmo estando rodeado de pessoas. Ninguém nos intende. Você às vezes tenta se abrir, explicar o que esta sentindo, mas é como tentar explicar uma cor a um cego.
Esqueça os livros de auto-ajuda. Procure leitura e filmes com os quais você se identifique.
- GAROTA INTERROMPIDA é um excelente filme para pacientes Borderliners. Angelina Jolie está fantástica como portadora de TPL.
- CLARICE LISPECTOR, de um modo geral, não há como não se identificar. Na minha opinião ela era Bipolar e muitas de suas frases expõe bem isso:
"Às vezes eu tenho vontade de ser menos intensa, só pra poder entender como o resto do mundo aguenta essas coisas que me devoram permanentemente e de uma forma tão absurda."
"Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente.
Também sou muito calma e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre"
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