Depois de vários dias completamente descompensada, os últimos dois ou três dias têm sido de calmaria. To me sentindo bem, não vou dizer feliz, mas bem. A ansiedade diminuiu e os dias estão correndo mais leves. Não sei bem se há um motivo concreto pra isso, mas sem dúvida a retomada de relações há muito deixadas de lado estão ajudando bastante. Há uma tendência muito forte ao isolamento nas fases depressivas dos portadores de transtornos de personalidade, o que piora bastante a condição. Falar abertamente sobre o assunto e manter as relações afetivas e de amizade ainda são um bom remédio.
As relações familiares e afetivas acabam ficando bastante distantes, principalmente porque as pessoas (mesmo as mais próximas) ainda tem muita resistência em falar com o paciente sobre o transtorno. Não sou muito de levantar bandeiras, mas nesse caso faço sempre o possível pra falar muito abertamente sobre o assunto com quem quer que seja. É minha forma de diminuir o preconceito que ainda permeia as relações com os portadores de transtornos mentais, afetivos ou de personalidade.
Nem todo mundo tem a sorte que eu tenho. Tenho uma família e amigos que me apóiam e tentam entender meu Transtorno. Tenho um marido que possui uma paciência de Jó, que me ama, me apóia, me ajuda com a casa, com os filhos, com as crises e se envolve com o tratamento, estando sempre presente no CAPS para o feedback dos profissionais que me assistem, e o mais importante: entendendo ou não, ele me ouve. Senta para ouvir em detalhes como foi cada ida à terapia, à consulta, como foi meu dia, como estou me sentindo. e quando a única coisa que consigo fazer é chorar ele me dá colo e deixa que eu chore até cansar.
Sendo os relacionamentos afetivos o foco de transtornos como Bipolaridade e Personalidade Limítrofe, a atenção e o carinho dispensados ao paciente faz TODA a diferença. É muito confortante pra mim quando as pessoas tentam se informar sobre o TPL pra me entender melhor. Meu marido tem acompanhado minhas postagens assiduamente, e antes disso vivia fuçando a internet em busca de informações que pudessem ajudá-lo no entendimento da minha doença.
Falando em "minha doença", não se pode esquecer que a própria conscientização é o passo mais importante. Quando a gente reconhece que possui um Transtorno e aceita o tratamento, já andou metade do caminho.
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