terça-feira, 19 de abril de 2016

Personalidade Borderline em um Dia de Descontrole!

Acordar bem não é garantia de nada. Pelo menos para os Borderliners e Bipolares. Acordei legal, dormi um tiquinho a mais hoje. Estava bem-humorada, um dia bonito, apesar do calor. Mas como pra mim tudo isso muda num estalar de dedos, tive uma crise de descontrole total à tarde. Entrei naquele redemoinho onde não se enxerga e mais nada e logicamente a consequência disso foi me cortar de novo. O motivo? Não sei. De verdade, não sei. Talvez um acumulado de preocupações e pequenos stresses. Um tanto de melancolia, quilos de saudade, sensação de impotência (taí o pior na minha visão).
Ontem estive no CAPS, dia de grupo de escuta. Já não estava bem, chorei, consegui falar um pouco... Discuti algumas questões com a psicóloga e foi bacana... Sempre defini o ato de me cortar como um alívio externo para a dor interna. Ela acha que tem a ver com controle. EU DECIDO QUANDO VOU SENTIR DOR. Talvez ela esteja certa. Hoje preciso de Rivotril e cama. 
Sem mais, Meritíssimo.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O Processo de Luto para os Portadores de Transtornos Afetivos e de Personalidade

Viver com um Transtorno como o Bipolar e o Borderline já não é fácil, e torna-se ainda mais difícil quando temos que lidar com perdas. O processo de luto para esses pacientes é muito difícil. Eu, como todo Borderliner, não sei lidar com situações sobre as quais não tenho controle. 
Um mês antes do meu internamento perdi minha sogra, com quem eu convivia há 19 anos. Ela tinha apenas 56 anos, e morreu em decorrência de septicemia, provocada por uma pneumonia que ela sequer sabia que tinha. Foi um choque. Caí por terra, perdi o chão... Por meses não suportava ver familiares sorrindo porque achava que eles não estavam sofrendo. Minha pergunta recorrente era: Por que só eu estou sofrendo?
A questão é que cada um enfrenta o processo de luto à sua maneira. E para os portadores de Transtornos ele se torna muito complicado. É muito difícil e muito mais demorado chegar à fase de aceitação. Mas creia, ela chega. A gente precisa se permitir chorar, sofrer, por tudo pra fora, e não ficar se questionando. Minha psicóloga costumava dizer: Se permita sofrer! 
Essa semana sofri mais uma perda. Um tio, dessa vez. O sentimento de impotência e frustração é muito grande, mas nada comparado ao que atravessei ano passado.



terça-feira, 5 de abril de 2016

Tatuagem: Ponto e Vírgula

Tenho uma tatuagem de ponto e vírgula no pulso direito. Muita gente pergunta o significado. Achei um artigo bem interessante na revista Galileu que fala sobre isso:


Project Semicolon

Não sei você, mas nas minhas voltas pela internet percebi uma popularização de uma tatuagem inusitada: um ponto e vírgula. Investigando a tendência, o pessoal do Upworthy descobriu a história incrível por trás da moda - o The Semicolon Tattoo Project (semicolon é ponto e vírgula em inglês), que nasceu de uma movimentação nas redes sociais em 2013.
É um movimento que, de acordo com os próprios integrantes, 'mostra amor e esperança a quem tem tendências depressivas e suicidas'. Originalmente, pedia que quem se identificasse com esses objetivos desenhasse um ponto e vírgula em algum lugar de seus corpos e compartilhar em redes sociais. Mas por que um ponto e vírgula? "Um ponto e vírgula é usado quando um autor pode terminar uma frase, mas escolhe continuar" - signficado profundo quando aplicado ao projeto.
No ano passado os líderes do projeto, juntamente com um estudo de tatuagem, ofereceram mais de 400 tattoos de ponto e vírgula para quem luta ou já superou problemas psicológicos. 

Ansiedade e Percepção do Mundo - Revista Exame

Quem sofre de ansiedade percebe o mundo de maneira diferente


Não dá para discutir com a ciência: as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais.Quem ainda acredita na ideia antiquada de que doenças mentais são coisas “que só existem na cabeça das pessoas” tem mais um motivo para parar de acreditar nesse mito.Segundo um novo estudo da revista Current Biology, quem sofre de ansiedade percebe o mundo de um jeito diferente – e isso se explica por variações no cérebro.Tudo tem a ver com a plasticidade do cérebro, ou a capacidade do órgão de se reorganizar e formar novas conexões.Essas mudanças ditam como a pessoa responde a estímulos, e pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, descobriram que pessoas diagnosticadas com ansiedade têm menos propensão a distinguir entre estímulos “seguros” ou neutros e estímulos ameaçadores.Os cientistas descobriram que as pessoas que sofrem de ansiedade têm uma plasticidade mais duradoura depois de uma experiência emocional (ou “estímulo”).Isso significa que o cérebro era incapaz de distinguir situações novas e irrelevantes de algo que é familiar e não-ameaçador, resultando em ansiedade.Em outras palavras, as pessoas ansiosas tendem a generalizar demais as experiências emocionais, sejam elas ameaçadoras ou não.Mais importante, observam os pesquisadores, essa reação não é algo que esteja no controle dos indivíduos ansiosos, porque se trata de uma diferença fundamental do cérebro.No estudo, os pesquisadores treinaram os indivíduos a associar três sons específicos com um de três resultados possíveis: perder dinheiro, ganhar dinheiro ou ficar na mesma. Na fase seguinte, os participantes ouviram cerca de 15 tons e identificaram se já tinham ouvido os sons antes ou não.A melhor maneira de “ganhar” o jogo era não confundir ou generalizar os novos sons em relação aos que eles já tinham escutado antes. Os autores descobriram que as pessoas com ansiedade tinham maior propensão a achar que um som novo era uma repetição.A explicação não está em problemas de aprendizado ou de audição – na realidade, algumas pessoas associaram os sons da primeira fase do estudo a uma experiência emocional (ganhar ou perder dinheiro) de maneira diferente de outros participantes do estudo.Os pesquisadores também descobriram que, durante o exercício, as pessoas com ansiedade exibiram diferenças na amídala, a região do cérebro associada ao medo. O resultado pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem transtorno de ansiedade e outras, não.“Os traços da ansiedade podem ser completamente normais e até benéficos do ponto de vista da evolução. Mas um evento emocional, mesmo que de pouca importância, pode induzir mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de ansiedade”, disse o pesquisador Rony Paz em um comunicado.A nova pesquisa é um lembrete de que as pessoas não podem ser responsabilizadas por ter doenças mentais; as evidências indicam que a saúde mental tem raízes genéticas e fisiológicas.Um estudo de 2015 descobriu que a ansiedade pode ser hereditária, enquanto outras pesquisas sugerem que a depressão pode ser uma doença inflamatória.Entretanto, apesar de um crescente conjunto de pesquisa, ainda as doenças mentais são cercadas por estigma.Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças, órgão do governo americano, apenas 25% das pessoas que sofrem de doença mental acreditam que os outros compreendem suas experiências.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Borderline, Bipolar... Como Lidar Com o Que Machuca?

Já falei aqui que os Borderliners são muito mais suscetíveis a se machucarem. Tanto fisicamente quanto emocionalmente. Uma palavra em um tom diferente causa um enorme sofrimento. E aí vem a mutilação física. 
O essencial para Bipolares e Borderliners é se relacionar com quem entenda seus problemas. Alguém constante emocionalmente e que tenha a irrestrita disposição de te apoiar. 
Pra nós é muito difícil (ou quase impossível) romper laços. Mas há que se considerar o bem estar a médio prazo. Quanto menos contato tivermos com situações de stress melhor. Evite quem te machuca, te magoa, te põe pra baixo, mesmo que involuntariamente. Somos sensíveis demais pra um mundo tão insensível.


Se envolva em novos projetos, crie novas perspectivas. Se reinvente. Mude de casa, de cidade, de telefone. Nada nem ninguém merece um risco na sua pele.
Fácil falar, né? Mas o esforço vale a pena. 
Não há tempestade que dure pra sempre, nem choro que não se acabe.